Homosexuais são vitimas de desemprego

Os índices de desemprego no Brasil mostram que, a cada dia, fica mais difícil conseguir ingressar no mercado de trabalho. Ter um curso superior, falar mais de um idioma, dominar programas de computador são alguns dos vários requisitos para conseguir um bom emprego. E para os homossexuais, será que é mais difícil arrumar um trabalho? O que diferencia um profissional homossexual de um heterossexual? Não há diferença.

Algumas empresas ainda temem em contratar pessoas cuja imagem seja muito afeminada, mas a questão não é somente de preconceito. Indiferente se a pessoa é careca, magra, gorda, gay, pode ser melhor profissional do que muitos outros. A questão é que a sociedade não está totalmente de portas abertas para aceitar isso e muita gente ainda não aceita e não admite gay em seus círculos de amizades.
No Brasil, toda forma de discriminação é considerada crime, inclusive a discriminação aos homossexuais. A homofobia nada mais é que o preconceito contra os homossexuais, o que inclui o ódio, a aversão, repulsa, nojo e qualquer sentimento contra a homossexualidade. O governo desenvolve políticas e apóia ações que promovam a igualdade de direitos e combatam a discriminação contra mulheres, negros, portadores de deficiência, idosos homossexuais, entre outros, mas as dificuldades continuam.


Para Marcelo Gil, presidente da ONG ABCDS (Ação Brotar pela Cidadania e Diversidade Sexual), a situação de criminalizar a Homofobia no Brasil é uma forma clara e emergencial. “Lamentavelmente hoje, a cada dois dias, é assassinada uma pessoa, seja ela pela sua orientação sexual ou identidade de Gênero.” Para ele, a violência é reflexo da ausência de políticas públicas mais concretas. “Muitas cidades direcionam a população LGBT somente políticas de saúde, como a prevenção de doenças sexualmente transmissíveis, esquecendo questões como educação, trabalho, segurança publica, entre outros”, pontuou.

De acordo com a professora e socióloga Berenice Bento, não há políticas públicas de proteção e inserção dos transexuais no mercado de trabalho. No site do Ministério do Trabalho há um programa chamado Brasil Raça e Gênero que afirma possuir ações para a inclusão dos transexuais no mercado mas, ao ser solicitada, a assessoria do Ministério informou que nenhuma ação ou política foi estabelecida, apesar de tais medidas constarem no programa, “Se faltam diretrizes básicas para a proteção física das transexuais, pensar em inserção no mercado de trabalho é algo muito distante”, afirma Berenice.
Devido a dificuldade de conseguir emprego, transexuais e travestis não encontram outra escolha senão fazer programa. A maioria deles não consegue um trabalho formal devido ao preconceito e muitos empregadores se recusam a contratá-los sem apresentar uma justificativa aceitável para a rejeição.


A travesti Vivany Aguilera, 23 anos, nos  conta que começou a se transformar por volta dos 19 e pagou para colocar silicone com dinheiro ganho fazendo programas. Desde o início de sua transformação, a atividade se tornou sua principal fonte de renda e garante seu sustento.
Viviany acredita que neste meio artístico as oportunidades de trabalho são maiores por causa da beleza diferenciada dos travestis, que chama mais atenção que uma mulher 'comum'. Em contrapartida, menciona que na busca por outros tipos de trabalho sempre houve bastante dificulade. Na maioria das vezes, a justificativa dada é que seu perfil não se encaixa com o exigido para determinada vaga. Na sua opinião, a verdade é que nestas situações está sofrendo rejeição pelo fato de ser travesti e que a justificativa é apenas um desculpa para camuflar o preconceito.
A inserção dos transexuais no mercado formal é baixíssima. Em sua tese de doutorado, a socióloga Berenice analisou um grupo de 20 transexuais de diferentes classes sociais e, entre elas, apenas uma havia entrado na faculdade e, mesmo assim, não tinha conseguido concluir os estudos por conta do preconceito.

O cenário de preconceito para com homossexuais, bissexuais, travestis e transexuais, no entanto, traz consequências negativas não apenas aos indivíduos discriminados, mas também ao desenvolvimento, afirmou Rebeca Grynspan, administradora-adjunta do PNUD e subsecretária-geral da ONU, em mensagem divulgada em 17/05 deste ano, Dia Internacional contra a Homofobia.  “A discriminação e o molestamento em famílias, escolas, no trabalho e na área militar, em razão da orientação sexual ou da identidade de gênero, levam as pessoas a deixaram a escola, impede-as de conseguir um emprego e dificulta que milhares no mundo procurem serviços de saúde”, declarou a administradora-adjunta do PNUD.
Para o presidente da ONG ABCDS, Marcelo Gil, é necessário implantar um tipo de política pública para a comunidade GLBT que se baseie no Sistema de Humanização e Trabalho com os Homossexuais adotado pelo SUS (Sistema Único de Saúde), que lançou até uma cartilha para a comunidade contra a homofobia. “Mas também é preciso que exista um trabalho na parte jurídica, como é realizado pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) GLBT, que existe apenas na cidade de São Paulo”, complementa.

A ONG Ação Brotar pela Cidadania e Diversidade Sexual promove, no ABC paulista, uma série de eventos culturais para a comunidade GLBT local. Os eventos visam, além de divulgar a cultura, conscientizar a sociedade e combater a homofobia. Presidida e fundada por Marcelo Gil, a ONG existe desde 2004, e tem como alicerce as diretrizes dos Movimentos de Direitos Humanos, como a luta pela cidadania, inclusão social e auto-estima. 

1 comentários:

boa tarde, quero fazer um TCC com o tema "A INCLUSÃO DE HOMOSSEXUAIS NO MERCADO DE TRABALHOS" E PRECISO DE REVISTAS, LIVROS E MATERIAIS PARA ACONTECER... PODE ME AJUDAR COM ALGUNS NOMES DE LIVROS?

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